Assinala-se esta terça-feira [15.10.2024], o Dia Internacional da Mulher Rural comemorado pela primeira vez em 2008, com o fito de promover e reconhecer o papel que as mulheres rurais desempenham em prol da segurança alimentar e da erradicação da pobreza rural.
Por serem consideradas essenciais para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Organização das Nações Unidas, à mulher rural é dedicado o Dia Internacional da Mulher Rural, dedicado ao género feminino que viva e trabalhe numa área rural, cuja dependência é proveniente dos recursos naturais e da agricultura para viver. Em em muitos casos, são agricultoras, empresárias ou trabalhadoras agrícolas formais ou informais.
Nas comunidades rurais, a mulher angolana constitui o pilar da vida familiar e doméstica, cabendo-lhe pesadas responsabilidades nos domínios da educação dos filhos, dos proventos do agregado familiar e da gestão da vida doméstica. Apesar disso, a sua existência pauta-se por uma grande invisibilidade no plano social na medida em que não é chamada a intervir nos processos decisivos da vida comunitária.
Apesar de serem 25% da população do mundo e 43% da força de trabalho agrícola mundial, 20% dos proprietários de terras são mulheres, que encontram mais entraves do que os homens no acesso a serviços financeiros, à protecção social e sindicatos e os seus salários são em média 40% mais baixos que os dos homens. A mulher rural é a mais sacrificada pois, no seu labor diário, tem de realizar trabalhos pesados e gerir o lar. Dadas as dificuldades financeiras das famílias e as distâncias até à escola mais próxima, as raparigas não são incentivadas a ir à escola, pois são necessárias em casa para ajudar nas tarefas domésticas.
O projecto Apoio a Mulher Agricultora em Angola através de uma parceria público-privada, que vai até 2026, a Agência Internacional dos EUA para o Desenvolvimento (USAID) está a trabalhar com a ExxonMobil, ENI e Grupo Simples num projecto que visa aumentar as oportunidades económicas para as mulheres rurais em Angola, permitindo-lhes como cidadãs activas participar mais plenamente na economia. Com foco nas mulheres agricultoras, muitas das quais a enfrentarem barreiras económicas e culturais, o projecto ajuda as participantes a obter as ferramentas básicas necessárias para acessar emprego, educação, crédito e propriedade.
Inclui de igual forma aprender a garantir o direito à terra, aprender a melhorar as habilidades de alfabetização, aumentar a produtividade agrícola e desenvolver redes de advocacia para combater a violência de género.