Esperança da Costa defende alargamento do modelo de gestão da escola Ngola Nzinga a outros estabelecimentos de ensino do país
A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, avaliou na quinta-feira [29.06.2023] o estado das infraestruturas das escolas Anangola (n.º 1304), Njinga Mbande (n.º 1224) e Ngola Nzinga (n° 1226), localizadas no município de Luanda.
As referidas escolas, todas do primeiro ciclo do ensino secundário, estão inscritas no Projecto de Aprendizagem para Todos e Empoderamento das Raparigas (PAT II).
No final da visita, Esperança da Costa afirmou, em declarações à imprensa, que o objectivo visita era fazer um diagnóstico geral das escolas.
“Estamos no final deste ano lectivo, temos de preparar o início do próximo, e no âmbito do Programa do Executivo para o sistema educativo, existe a necessidade de fazer uma intervenção a nível de todo o sistema, sobretudo na área das infra-estruturas, de melhorias no seu aspecto físico, mas também de aspectos atinentes à gestão dos currículos e da avaliação das aprendizagens. Temos ainda de melhorar as condições e valorizar os quadros envolvidos no processo docente educativo e olhar, necessariamente, para as questões de financiamento da escola”, afirmou a Vice-Presidente.
Esperança da Costa sublinhou a “necessidade imperiosa” de se fazer uma intervenção na melhoria das condições físicas da escola Njinga Mbande. Em relação ao Anangola, referiu que precisa, sobretudo, de melhorar a gestão organizativa e administrativa. Substancialmente!
Modelo da “Ngola Nzinga” deve ser alargado
A Vice-Presidente da República defende que o modelo de gestão da escola Ngola Nzinga deve ser copiado e alargado para as outras escolas. “Tem uma gestão participativa, onde há contribuição directa das comissões de pais, que estão directamente envolvidas na gestão da Escola e na manutenção de todos os meios disponíveis para o processo docente-educativo. O próprio director está engajado na manutenção da qualidade do ensino, e precisamos, do ponto de vista de infraestrutura, fazer alguma intervenção”, justificou.
No que se refere à emblemática escola Njinga Mbande, considerou que precisa de uma intervenção de fundo.
“Precisamos de devolver ao Njinga Bande, a dignidade e a imponência desta escola e toda a traça original que tinha. Vamos intervir ainda no decorrer deste ano para preparar melhor a recepção dos estudantes para o próximo ano lectivo”, anunciou a Vice-Presidente da República.
A referida escola, prosseguiu, apresenta fissuras, a questão das instalações sanitárias é preocupante, o número de estudantes é elevado e houve uma proliferação de vários serviços dentro do perímetro da escola. “Temos de devolver todas estas áreas à gestão da escola para que, de facto, possamos aqui, ter uma escola com dignidade e onde a busca permanente e a qualidade de ensino seja prioritária, devolvendo áreas de lazer, de prática de desporto e educação física e todo um conjunto de áreas que concorrem para o bem-estar emocional e mental dos nossos estudantes”, afirmou a Vice-Presidente da República.
Paragem temporária da “Njinga Mbande” em estudo
Questionada se a escola Njinga Mbande deve ser encerrada enquanto decorrerem as obras, a Vice-Presidente da República afirmou que as autoridades vão trabalhar no sentido de apresentar um programa que diga, de facto, se é necessário, olhando para o número de estudantes da instituição – 3500 alunos, bastante elevado – encerrar a escola durante algum tempo para se fazer uma intervenção de fundo ou se poderá haver essa coabitação.
“Isto está devolvido a um grupo de trabalho que vai ser criado no sentido de analisar com profundidade e com detalhe, todas estas nuances”, afirmou.
À pergunta sobre quando exactamente, no ano em curso, as escolas visitadas serão reabilitadas, uma vez que o ano lectivo já está no fim e o próximo começa dentro de dois meses, Esperança da Costa respondeu que o Executivo vai agora estabelecer as prioridades, olhar para as três escolas e estabelecer as fases de intervenção.
A Vice-Presidente esclareceu que a reabilitação vai abarcar materiais como quadros, carteiras, computadores. “A intervenção inclui tudo isto.
O equipamento das escolas, a formação contínua dos docentes, e todo um conjunto de apetrechamento visa devolver a dignidade e as condições adequadas para que, de facto, haja qualidade do ensino que está aqui a ser ministrado”, sublinhou.
Esperança da Costa aproveitou a ocasião para lembrar que a responsabilidade de manter a qualidade de ensino e as infra-estruturas físicas não deve depender apenas do Executivo. Deve depender também de toda a sociedade, e da comissão dos pais, no sentido de se pôr cobro a todo este vandalismo que tem ocorrido nas escolas, acrescentou.
“A retirada dos meios disponíveis para o processo docente educativo não pode continuar. Por isso, temos todos de nos envolver. Na verdade, a educação interpela-nos a todos e a toda a sociedade a participar. Todos nós temos de deixar uma pedra no edifício da educação em Angola”, conclui a Vice-Presidente.