A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, advertiu esta terça-feira [05.09.2023] que os danos e perdas em África resultantes das alterações climáticas são elevados, e que os investimentos em projectos climáticos no continente não beneficiam apenas as nações africanas, contribuem para a estabilidade climática global.
Esperança da Costa, que discursava na Cimeira Africana sobre o Clima, que decorre na capital do Quénia, Nairóbi, referiu que há cerca de meio século o ambiente foi colocado no centro do desenvolvimento e bem-estar humano e, à semelhança de outras regiões, África tem sido fortemente afectada por choques globais múltiplos.
De entre os choques, destacou as condições financeiras restritivas a nível global, perturbações nas cadeias de abastecimento, bem como o impacto, cada vez mais crescente, das alterações climáticas e de eventos climáticos extremos, como inundações e secas severas, constituindo uma ameaça às economias africanas.
Tais eventos, disse a Vice-Presidente, revelam, ao mesmo tempo, um impacto negativo na concretização dos diferentes programas nacionais e no alcance dos objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
África, lembrou Esperança da Costa, é um continente de oportunidades, onde as mulheres e a juventude são os maiores produtores de alimentos e constituem 70% do potencial produtivo. Por essa razão, têm de ser financiadas as iniciativas e projectos que envolvem jovens e mulheres em actividades de grande valor do agronegócio, bem como o emprego verde, de modo a ampliar cada vez mais, a adaptação e a resiliência das comunidades, defendeu.
A Vice-Presidente da República disse reconhecer que o caminho a ser trilhado é longo, mas reiterou a confiança na União Africana e na comunidade internacional para enfrentar os desafios climáticos. “Unidos, podemos superar os obstáculos e construir um futuro mais brilhante para as nossas populações, para África e para o mundo”, concluiu Esperança da Costa.