Assinala-se esta sexta-feira [12.05.2023] o Dia Internacional do Enfermeiro. A efeméride foi instituída pelo Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE) com vista a homenagear os profissionais que, entre outras funções, executam prescrições e actualizam prontuários, preparam instrumentos, auxiliam a equipa técnica, coordenam os técnicos e os auxiliares de enfermagem.
O Dia do Enfermeiro celebra o aniversário de Florence Nightingale [Florença, 12.05.1820], a quem são atribuídos os fundamentos da enfermagem moderna ao ter publicado estudos comparativos e ter sido convidada ao posto de superintendente de enfermeiras voluntárias na Guerra da Crimeia, em 1853, altura em que as inovações por si trazidas resultaram na redução de mortes de 42,2% para 2,2%. Fruto do seu trabalho, Florence foi condecorada pela Cruz Vermelha Real, em 1883.
Este ano, a data é celebrada com o lema #NursesforPeace# como apelo à paz mundial, numa altura em que dados indicam que a força de trabalho global na saúde está estimada em pouco mais de 59 milhões de trabalhadores, o que representa mais de metade dos profissionais no mundo. A maioria está concentrada nas regiões da Europa, Américas e Pacífico Ocidental, de acordo com as conclusões de um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Existiam em 2018 quase 28 milhões de enfermeiros, mais 4,7 milhões em relação a 2013 e o equivalente a 59% dos profissionais de saúde, de acordo com Relatório sobre o estado da enfermagem. Neste sentido, a OMS diz que apesar do crescimento do número de profissionais, continua a haver um défice de cerca de 5,9 milhões de enfermeiros, uma carência que afecta, sobretudo, países africanos, do Sudeste Asiático e da região do Mediterrâneo Oriental.
O relatório destaca dois casos extremos para ilustrar esta distribuição desigual: África e as Américas. Apesar de populações semelhantes, havia em 2018 quase dez vezes mais enfermeiros nas Américas (83,4 por 10 mil habitantes) do que em África (8,7).
Em Angola, a actividade do enfermeiro assume enorme relevância, principalmente, nos cuidados primários de saúde, nas comunidades rurais. Dados de 2022 indicavam que dos 90 mil profissionais formados desde a Independência, a Ordem dos Enfermeiros controlava 44.015 técnicos credenciados. Deste número, 31.200 eram mulheres.