Assinala-se esta quinta-feira [17.10.2024], o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. A primeira comemoração do evento ocorreu em Paris, França, em 1987, quando 100 000 pessoas se reuniram na Praça dos Direitos Humanos e Liberdades em Trocadéro para homenagear as vítimas da pobreza, fome, violência e em 1992, quatro anos após a morte do Padre Joseph Wresinski, fundador do Movimento Internacional ATD Quarto Mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) designou oficialmente 17 de Outubro como o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
No início de sua carreira como activista, Wresinski reconheceu que os governos tendiam a ignorar a situação daqueles que viviam na pobreza, levando a sentimentos de rejeição, vergonha e humilhação. Como resultado, um dos principais objectivos do dia é reconhecer as lutas dos pobres e fazer com que suas vozes sejam ouvidas por governos e cidadãos comuns.
Mesmo antes da pandemia de Covid-19 e da atual crise de custo de vida, os dados mostravam que 1,2 bilhão de pessoas em 111 países em desenvolvimento viviam em pobreza multidimensional aguda. Isso é quase o dobro do número de pessoas consideradas neste grupo com base na definição da pobreza, que é sobreviver com menos de US$ 1,90 por dia.
Segundo o Decreto Presidencial Nº140/18 de 6 de Junho, um dos objectivos do Executivo até 2030, é reduzir, pelo menos pela metade, a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais
De acordo com o Centro Regional de Informação para Europa Ocidental das Nações Unidas, embora a taxa global de pobreza tenha caído em mais de metade desde 2000, uma em cada dez pessoas nas regiões em desenvolvimento ainda vive com menos de 1,90 dólar por dia (valor fixado para definir as pessoas que vivem na pobreza extrema) e milhões de outras vivem com pouco mais do que esta quantia diária. Registaram-se progressos significativos em muitos países do Leste e Sudeste da Ásia mas, ainda assim, 42% da população da África subsariana continua a viver abaixo do limiar de pobreza.
Hoje, mais de 780 milhões de pessoas vivem abaixo do Limiar Internacional da Pobreza (com menos de 1,90 dólar por dia). Mais de 11% da população mundial vive na pobreza extrema e luta para satisfazer as necessidades mais básicas na esfera da saúde, educação e do acesso à água e ao saneamento. Por cada 100 homens dos 25 aos 34 anos, há 122 mulheres da mesma faixa etária a viver na pobreza, e mais de 160 milhões de crianças correm o risco de continuar na pobreza extrema até 2030.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável promete não deixar ninguém para atrás. Cumprir esta ambiciosa agenda de desenvolvimento requer a execução de políticas extraordinárias para um crescimento económico sustentável, inclusivo e equitativo, suportado pelo emprego digno, pela integração social, diminuição da desigualdade e pelo aumento da produtividade. Na Agenda 2030, o Objectivo 1 reconhece que acabar com a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares é o maior desafio que o mundo enfrenta e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Em Angola, o Executivo, não obstante a conjuntura económica mundial, tem traçado medidas e politicas para a erradicação da pobreza. Recentemente, o Chefe de Estado angolano, pediu durante a Cúpula do Futuro, nas Nações Unidas, a intensificação da luta para “erradicar a pobreza em todas as suas formas e dimensões”, enfatizando a necessidade de se colocar as pessoas mais pobres e vulneráveis no centro das acções e na contribuição do Pacto do Futuro para aumentar a participação de jovens e mulheres na tomada de decisões. Na ocasião, considerou ser este “o maior desafio global do nosso tempo e um requisito indispensável para alcançar o desenvolvimento sustentável”.