Assinala-se este domingo [02.04.2023], o Dia Mundial da Consciencialização do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, com o objectivo de contribuir para a redução e erradicação do preconceito ainda existente em relação ao transtorno.
O Dia Mundial da Consciencialização do TEA representa sempre uma oportunidade para apelar ao diagnóstico precoce, já que o distúrbio neurobiológico, caracterizado por um défice no processo de socialização, na comunicação verbal e não-verbal, se estende por toda a vida do indivíduo, apresentando-se como a mais séria e célere incapacidade de desenvolvimento psico-motor.
Dados indicam que o autismo afecta, pelo menos, uma em cada 60 crianças no mundo. A OMS estima haver globalmente cerca de 70 milhões de pessoas com a doença, o que implica a urgente implantação de organismos com vocação para a defesa dos direitos das pessoas com autismo, um transtorno que atinge o indivíduo em diferentes graus de complexidade. Existem autistas de alto funcionamento, aqueles que são capazes de conversar, estudar, trabalhar e os de nível grave, geralmente incapazes de verbalizar os seus próprios pensamentos. Um dos sintomas mais comuns do autismo é facilmente detectado quando a criança não responde ao ser chamada pelo nome, ao isolar-se com frequência, não participar em brincadeiras com outras crianças e quando evita o contacto físico e visual.
Em Angola, até 2020, estimava-se a existência de 576 mil angolanos com problema de autismo, dos quais 157 mil habitam em Luanda, de acordo com fonte do Instituto Nacional de Estatística (INE). No país, existem apenas quatro associações dedicadas à consciencialização da doença, das quais se destaca o Centro “Coração Azul”, que há cinco anos, conta com um ATL especializado ao acompanhamento de crianças e adultos com autismo.
Apesar de incurável, especialistas dizem ser possível melhorar a qualidade de vida dos doentes e aconselham diagnóstico precoce para evitar perda da capacidade de aprendizagem.