Assinala-se este domingo [05.11.2023] o Dia Mundial do Cinema.
Ao cinema atribuiu-se o título de Sétima Arte, uma designação dada pelo italiano Ricciotto Canudo na obra Manifesto das Sete Artes, em 1912. Cinematografia, também chamada cinema ou sétima arte, pode ser definida como a técnica e a arte que reproduz fotogramas de forma rápida e sucessiva, criando uma “ilusão de movimento”, assim como a indústria que produz estas imagens.
A palavra cinema pode também ser definida como movimento gravado, pois trata-se de uma abreviação de cinematógrafo. O termo “cine”, de origem grega, significa movimento, e o sufixo “ágrafo”, tem significado de gravar.
Em 1895, Paris teve a primeira sessão pública de cinema, que foi organizada pelos irmãos Auguste e Louis Lumière. Utilizando um aparelho chamado de cinematógrafo, imagens em movimento foram projectadas num telão para cerca de 30 espectadores.
Georges Mèliés inseriu a performance teatral na linguagem cinematográfica. Baseado na obra de Júlio Verne, criou o filme Viagem à Lua, exibido em 1902, que levou o cinema a um novo patamar devido o uso de “efeitos especiais”. A partir de então, o cinema cresceu como forma de contar histórias, difundir a cultura e propagar o conhecimento. O desenvolvimento de equipamentos e a evolução tecnológica permitiram que a arte se aproximasse do público cada vez mais com realismo.
O início da produção cinematográfica, em Angola, tem como base a atracção pelo “exotismo” das paisagens, povos, costumes e culturas locais, bem como o registo do crescimento e desenvolvimento do império colonial português em África, refere o Jornal de Angola. O filme O Caminho de Ferro de Benguela, realizado por Artur Pereira em 1913, é o primeiro registo datado de cinema em Angola. Até ao final dos anos 1940, a Agência Geral das Colónias e as “missões cinegráficas a Angola”, produzem uma série de documentários – Exposição Provincial, Agrícola, Pecuária e Industrial (1923); Chipinica, Soba do Dilolo, Preparação do Café, Riquezas do Amboim, Angola Económica (1929) – e a primeira longa-metragem de ficção: O Feitiço do Império (1940), de António Lopes Ribeiro.
Em 2002, o Estado angolano disponibiliza uma verba para a reabilitação do cinema. São incentivados os projectos de uma nova geração de realizadores – Maria João Ganga, Mariano Bartolomeu e Zézé Gamboa. Em 2003 é criado o Instituto Angolano de Cinema, Audiovisuais e Multimédia (IACAM) e traçado um plano para a recuperação, restauro e conservação do acervo fílmico de Angola.
Apesar disso, a indústria cinematográfica angolana precisa consolidar-se tal como fez Bollywood (India) , Nollywood (Nigéria) e Hollywood. Contudo, para lá, há ainda trabalho e investimento maciço pela frente.