A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, considerou esta quarta-feira [09.11.2022] positiva a participação de Angola na COP27.
“Tivemos a nossa participação directa na plenária da COP27, onde fizemos vincar as nossas ideias e posicionamento quanto aos grandes desafios sobre as alterações climáticas”, sublinhou Esperança da Costa, para quem o país tem ainda muito caminho por fazer nesta matéria.
Em declarações à Imprensa, a Vice-Presidente da República disse que Angola está a preparar todas as condições necessárias, no quadro de uma agenda de recuperação que nos obriga a rever as estratégias para garantir o seu desenvolvimento sustentável.
Neste sentido, disse, Angola elaborou uma Estratégia Nacional sobre as Alterações Climáticas 2022-2035, cujo objectivo fundamental passa pela criação de condições de adaptação e resiliência a nível de todo o território, tal como foi feito com os grandes programas de mitigação da seca e outros eventos extremos que têm assolado o sul do pais.
Esperança da Costa enalteceu, por isso, a construção do Canal do Cafu, que tem a finalidade de fazer a transferência de água do Rio Cunene para a população, criando maior disponibilidade para o desenvolvimento da agricultura, da agro-pecuária e do bem-estar das comunidades, principalmente as pastorícias.
Posição de Angola e energias limpas
Durante a participação na plenária, nos eventos paralelos à COP27, nas audiências e encontros de cortesia, Angola fez vincar a sua posição e alinhamento ao grupo africano, manifestando-se solidária com os mais diversos países que vão adoptando iniciativas
no plano da resiliência, conservação das florestas, projectos de mitigação e redução da emissão de carbono.
No entanto, para a Vice-Presidente da República, todas estas questões só serão feitas com a introdução das energias limpas, como as fotovoltaicas e energia eólica.
“A nossa posição é favorável à identificação de soluções duradouras que levem ao combate desta grande crise e impacto das alterações climáticas”, reforçou a Vice-Presidente da República, que defende a produção de hidrogénio verde, numa altura em que há da parte dos países industrializados, um compromisso de concretização do Fundo de Acção Climática capaz de incentivar o desenvolvimento de soluções inovadoras com base tecnológica.
Diplomacia
No plano da diplomacia, a presença foi também frutífera, com a realização de vários encontros bilaterais com países africanos e europeus, tendo demonstrado o seu empenho em trabalhar para que o desenvolvimento sustentável e a diversificação da economia sejam assegurados.
No quadro do financiamento, é intenção de Angola, mante-los de modo a dar continuidade aos projectos e programas que têm sido levados a cabo até agora com o suporte de agências como FIDA, FAO e Banco Mundial.
“Queremos trabalhar, sobretudo, para a manutenção da sustentabilidade. O Banco Mundial está disponível para continuar a financiar os projectos existentes, mas também olhar para o novo mandato, que pretende melhorar e garantir o bem-estar das populações”, concluiu.