A Vice-Presidente da República recordou que, ao celebrar os 50 anos da institucionalização da categoria de PMA, o mundo tem de reconhecer que importantes desafios socioeconómicos continuam presentes nas agendas destes países.
Esperança da Costa, que falava durante a sua intervenção no debate da 5ª Conferencia das Nações Unidas sobre os Paises Menos Desenvolvidos, referiu que alguns ganhos, já adquiridos, foram corroídos pelos desafios da conjuntura internacional.
Neste sentido, fez alusão às tensões geopolíticas, alterações climáticas e crises sanitárias, que têm impactado os PMA no alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pelo que a resiliência a choques externos tem que estar no centro das nossas atenções.
Tal resiliência, prosseguiu, está espelhada no Programa de Acção de Doha, aprovado pela Assembleia Geral da ONU para o período 2022–2031, que representa uma geração de compromissos renovados e reforçados pelos PMA e parceiros de desenvolvimento, alicerçados nos objectivos globais que visam uma recuperação rápida, sustentável e inclusiva da COVID-19, bem como da erradicação da pobreza extrema e o reforço dos mercados de trabalho, promovendo a transição do emprego informal para o formal.
Para a Vice-Presidente, os PMAs devem ser disruptivos na sua abordagem para a garantia da estabilidade, o aumento das suas capacidades produtivas e melhor partilha da renda com vista ao alcance dos ODS, mas também para uma suave transição no processo de graduação junto do sistema das Nações Unidas.
Sobre o evento, a Vice-Presidente da República disse esperar que permita a concertação de acções concretas que possam, efectivamente, mobilizar o apoio internacional adicional a favor dos PMA, através de um acordo sobre parceria renovada entre os países, de modo a ser possível superar os grandes desafios estruturais e alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis.
A 5ª Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos, cujos trabalhos abriram este Domingo, 5 e se prolongam até quinta-feira, 9, constitui uma oportunidade, nesta década, para acelerar o processo de desenvolvimento sustentável, suportado
por uma assistência e apoio internacional capaz de elevar todo o potencial e assegurar que os PMD encontrem o seu próprio caminho para a prosperidade.