Angola alcançou hoje (sábado, 27 de setembro de 2025) um marco histórico na área da conservação e do desenvolvimento sustentável, com a entrada oficial no Mapa Mundial das Reservas da Biosfera da UNESCO, através da designação da “Reserva da Biosfera Quiçama”.
Esta integração representa o reconhecimento internacional do compromisso do país na protecção da biodiversidade, na promoção do conhecimento científico e no fortalecimento das comunidades locais, em linha com os objectivos do Programa “Homem e a Biosfera” (MaB) da UNESCO.
A cerimónia de anúncio decorreu durante a 37ª Sessão do Conselho Coordenador Internacional do Programa Homem e Biosfera (UNESCO-MaB), que teve lugar em Hangzhou-China e contou com a presença da delegação angolana, chefiada pelo Secretário de Estado do Ambiente, lury Valter de Sousa Santos, e integrada pela Delegada Permanente de Angola junto da UNESCO, Embaixadora Maria Cândida Pereira Teixeira, o Consultor da Vice-Presidente da República de Angola, Gabriel Luís Miguel, o Secretário Permanente da Comissão Nacional de Angola para a UNESCO Alexandre Costa, entre outros especialistas que integram a Comissão Técnica, responsável pela criação da 1ª Reserva da Biosfera em Angola.
A conquista alcançada no ano em que Angola celebra os 50 anos da sua Independência, reforça o compromisso do Executivo com a gestão sustentável dos seus recursos naturais e com a valorização do conhecimento tradicional das comunidades que vivem em harmonia com o ambiente.
Rede Internacional com mais de 700 Reservas
Com a nova designação, Angola passa a integrar a Rede Internacional de Reservas da Biosfera composta por mais de 700, em 150 países. As reservas sã o espaços dedicados à promoção de soluções inovadoras que conciliam conservação ambiental, desenvolvimento socioeconómico e investigação científica.
A “Reserva da Biosfera Quiçama” abrange uma área de 33.160km², limitada entre a foz do Rio Longa até ao Ponto Final da Ilha de Luanda, englobando ecossistemas de elevada importância ecológica e biológica, como Complexo Mussulo Cuanza e Cabo Ledo e do Longa e outras zonas de elevada sensibilidade ecológica como mangais, lagoas, áreas de nidificação de aves e tartarugas marinhas (como as ilhas Cazanga e da Reserva Natural e Integral Ilhéu dos Pássaros) e abriga ainda espécies emblemáticas da fauna e flora angolana, incluindo Manatim africano (Trichechus senegalensis) e o Elefante da savana (Loxodonta africana).
Saliente-se o envolvimento e empenho do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço*, nas questões relacionadas com o ambiente e nos temas ligados às alterações climáticas.
Programa “Homem e a Biosfera” (MaB).
Criado pela UNESCO em 1971, o Programa MaB promove uma abordagem científica e participativa para melhorar a relação entre as populações e o ambiente.
As Reservas da Biosfera funcionam como “laboratórios vivos”, incentivando práticas de gestão sustentável e a cooperação internacional em prol da conservação da natureza e do desenvolvimento sustentável.